Ego

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Pisei todos os caminhos, incluindo aqueles que estavam cobertos de Trevas. Evitei voar sobre eles mesmo na certeza de que o Sol brilhava mais acima daquele lugar. Toquei-me de Trevas e, já sem asas, ausentei-me do Sol.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Hinos da Natureza

Era Outono. As folhas voavam e envolviam o voo das fadas, rodopiavam em torno dos seus cabelos tocando melodias que embalavam os pequenos. A chuva molhava a terra, matava-lhe a sede, alimentava-lhe a alma. Os gnomos corriam apressados pelos bosques abrigando-se nos troncos de carvalhos. E os elfos, deitados sobre a terra molhada beijavam as mãos da Vida. À volta das fogueiras dançavam-se hinos da Natureza. A paz reivana ali. Caminhava-se de mãos dadas com os Criadores, os corações batiam ritmados pelas estações do ano. Erguiam-se as mãos aos céus agradecendo os dias bons e maus. Tudo era entendido como parte de um ciclo, o fim era mais um princípio, e o Mundo girava de mãos dadas com o Homem.
Queremos voltar a tocar melodias abençoadas pelos Deuses.
Abençoem-me.
Podemos reaprender a erguer as nossas mãos ao vosso Reino agradecendo tudo aquilo que temos. E fazer fogueiras que aqueçam as almas, dançaremos á volta dessas fogueiras enquanto brindamos à Humanidade. As fadas que feriram as asas durante a queda do Antigo Mundo serão curadas por palavras de amor e poderão voltar a preencher de cor os céus cinzentos.
Curem-me as feridas.
A Eternidade precisa que lhe abram de novo os portões divinos do nosso místico paraíso. Ela quer abraçar-nos. Precisamos de deixá-la voltar. Se ela vier tu virás também, eu sei. Voltarás para cumprir a promessa; fazes falta para curar as feridas aqui dentro da minha dor.
Ainda há quem dance e acredite. Ainda somos muitos os que alimentam a terra que a chuva já não quer molhar. E erguemos as mãos ao ciclo do Mundo, aos Criadores. Deuses que se mostram na Natureza: ainda há quem os veja e se ajoelhe. E a Eternidade: ainda te esperamos. E a ti eu ainda espero.





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