Ego

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Pisei todos os caminhos, incluindo aqueles que estavam cobertos de Trevas. Evitei voar sobre eles mesmo na certeza de que o Sol brilhava mais acima daquele lugar. Toquei-me de Trevas e, já sem asas, ausentei-me do Sol.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Simples desejo

Respirando o inconsciente sangue que ferve no chão. Perdi-me nas palavras que se afastaram do meu ser e eu quis morrer, já não consigo mais.
Vi tantas lágrimas nos olhos dela, tantos sorrisos disfarçaram aquele desespero. Até que um dia não deu para disfarçar mais nada.
Os espinhos da coroa libertaram-lhe o espírito e ele voou. Foi longe demais.
Não houve tempo para dizer adeus, as respostas ficaram por dar a perguntas ainda não formuladas.
Parecia angelical mas eram só sombras do vazio que pairava no esqueleto do nada. A chuva, aqui dentro de casa. O sol, longe deste mundo, longe dos olhos infinitos. O veludo daquele vestido e a resposta que soou em vão. Nada adiantava e ainda não adianta. Era tudo um desejo.
O desejo perdeu-se no repouso frio daquela manhã. A manhã roubou de nós aquele desejo e as memórias ou as sensações que já não são capazes de existir levaram tudo aquilo que ainda havia por criar. Só ficou esta dor sem explicação e estas vozes a segredar palavras que não entendo que não quero entender.
O desejo que era de vida, o desejo que já foi de vitória continua a crescer e hoje é este desejo, o desejo que se quebra no nevoeiro e é de morte e é de desespero, a morte virou um desejo que só eu não quero ter de desejar.

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