Ego

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Pisei todos os caminhos, incluindo aqueles que estavam cobertos de Trevas. Evitei voar sobre eles mesmo na certeza de que o Sol brilhava mais acima daquele lugar. Toquei-me de Trevas e, já sem asas, ausentei-me do Sol.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Na onda da tua indiferença

Abres a porta
entras e não me vês, hora após hora,
volto a ser invisível para ti
como sempre fui e sou mesmo depois do fim!
Rastejo e imploro um pouco da tua atenção!
Não me ouves e as minhas palavras soam-te em vão…
Abate-se sobre mim a melancolia de uma alma penada
Vagueando pelo mundo sem pertencer a nada.
Olhando-te nos olhos quero fazer-te sentir a minha presença
Este esforço que não fazes mata-me como uma doença
Que quebra as fronteiras entre o Reino dos Vivos e o dos Mortos!
Se tu não te vais importar com o meu triste pesadelo então será que eu me importo?
Acendo as velas em tua volta, quero sentir-te mais perto
E logo vens tu apagá-las com o teu sopro traidor, e eu desperto!
Sentindo a corda no pescoço e o mundo cada vez mais sombrio
Sinto que me afundo nessa penumbra onde as memórias ficaram prisioneiras do frio!
Hoje, queres comunicar comigo.
E eu estou longe demais para falar contigo!
Cansei-me de esperar essa tua doce e tão prometida chegada
Percebi que esperar-te não me adiantaria de nada!
Voltei as costas aos sonhos e à esperança
Rasguei-te juntamente com o meu coração e atirei-te para a banheira da lembrança.
Sempre estive aqui caminhando do teu lado
Parece que fui quase sempre invisível ao teu sentido apurado
Agora queres comunicar comigo mas eu sou transparente
Tens de esperar. Atravessar a rua e encontrar-me no cemitério em frente.

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